Wiki Telepédia
Advertisement

Luna Ávilla Blanco Dias (Nascida em Limeira, São Paulo em 12 de junho de 1900 - Falecida em São Paulo, São Paulo em 11 de agosto de 1928).

É a personagem primária e co-protagonista de Alma Gêmea (Alma GémeaPOR) telenovela brasileira produzida

e exibida pela Rede Globo no horário das 18 horas entre 20 de junho de 2005 a 10 de março de 2006, em 227 capítulos,[3] substituindo Como uma Onda e sendo substituída por Sinhá Moça. Foi a 66ª "novela das seis" exibida pela emissora. Escrita por Walcyr Carrasco, com colaboração de Thelma Guedes, direção de Fred Mayrink e Pedro Vasconcelos, direção geral e núcleo de Jorge Fernando.

Essa é a história da busca de dois seres apaixonados, um homem e uma mulher, separados pela tragédia, pelo tempo e pelas diferenças sociais até o eterno reencontro. Dividida em duas fases - começa nos anos de 1927 e 1928 e depois é ambientada no ano de 1948 -, é mostrado o grande amor entre Rafael (Eduardo Moscovis), um botânico que cria rosas, e Luna (Liliana Castro), uma jovem bailarina, doce e delicada.

Quando os dois se conhecem é amor à primeira vista. Em poucos dias, eles se casam e logo têm um filho. Entretanto, no dia em que Luna faz sua primeira apresentação como bailarina principal, no Teatro Municipal em São Paulo - dia que deveria ser o mais feliz da vida do casal, ocasião que Rafael a presenteia com uma linda rosa branca preparada exclusivamente para ela, a rosa Luna - uma tragédia se abate sobre o casal.

No meio de tanta felicidade, há um espinho: Cristina (Flávia Alessandra), a governanta da casa, é também prima de Luna. Amargurada, Cristina sente-se injustiçada. Luna é rica, casada com Rafael - a quem Cristina sempre desejou - e, para completar, herdou da avó as joias da família, que Luna usa no dia de sua estreia.

Toda essa alegria do casal, no entanto, é interrompida quando, ao sair do espetáculo, Luna e Rafael são surpreendidos por dois bandidos - sendo que um, Guto, é um admirador de Cristina -, que roubam as joias de Luna. Rafael, para defender a mulher, reage ao assalto e Guto (Alexandre Barillari), assustado, atira na direção do botânico. Luna, ao perceber que o marido será atingido, coloca o corpo na frente do dele para defendê-lo e leva o tiro no lugar de Rafael. Luna é levada para o hospital, mas não resiste e morre.

1. Biografia

1.1. Nascimento e infância

Luna nasceu no dia 12 de junho de 1900, filha de Agnes e Felipe Blanco, numa família abastada e influente. Donos de negócios pelo estado de São Paulo, a família foi uma das poucas que sobreviveu às crises causadas pela 1ª Guerra Mundial e a quebra da Bolsa de Nova York.

Luna foi a 2ª na linhagem de Agnes e Felipe, e, com a morte do irmão em 1907, viria a se tornar a única filha do casal.

Luna estudou no Colégio Imaculada Conceição dos 2 aos 15 anos, e foi justamente ali que surgiu o amor pela música e pela dança. Em particular por dois elementos: o piano e o ballet clássico.

Aos 5 anos de idade, Luna começa a ter suas primeiras aulas de ballet e piano, influenciada pelos brasileiros Carlos Gomes e Villa-Lobos, e pelos europeus Stravinsky, Beethoven e Debussy.

Arquivo:OgAAALJqHR7O8DxwVODlczv5hNW8ZFqEQ2EG-I0PoDRLUorUI3lv4IaopfhMOKEzUWNWCaD7lqK33eCWb6DiRgE-nMYAm1T1UEkdl7lK3z2nYKIq-Lo7XIJ6bUW3.jpg

Luna, no mesmo dia em que foi assassinada na estreia no Teatro Municipal em São Paulo.

O professor de piano de Luna foi ninguém mais do que Carlos Lilah Lisboa, um dos maiores pianistas do séc. XX.

Aos 11 anos, uma nova tragédia viria a se abater sobre a casa dos Blanco. Felipe, pai de Luna, falece repentinamente após um acidente automobilístico em Ribeirão Preto, deixando Luna e Agnes sozinhas.

Em 1915, Luna conhece Vera Dias, irmã de Rafael, na Companhia de Ballet de São Paulo e dela se torna melhor amiga. Nem desconfiava que Vera um dia seria sua cunhada.

Em 1918, a mãe Agnes se apaixona novamente por um homem chamado Geraldo. Após algumas semanas de relacionamento intenso, Agnes convida Geraldo para morar com elas. Ocorre que Geraldo tentou abusar sexualmente de Luna que, para se proteger, acabou acertando-o na cabeça com uma enxada.

Geraldo ficou gravemente ferido e Luna sofreu inquérito policial. Em troca de seu silêncio quanto ao abuso tentado, o advogado de Geraldo retirou a queixa e deu a Luna o perdão judicial. Apesar disso, Luna foi seriamente marcada pelo ocorrido, sofrendo de Síndrome do Pânico por 5 meses. Para tratar a filha e deixar o caso em segredo, Agnes se muda com ela para Roseiral.

Em 1919, Luna conhece Olívia e a apresenta para Vera, assim se forma um triângulo de amizade muito bonito e sincero.

1.2 Personalidade

Luna foi descrita pelos que a cercavam como uma mulher bem humorada, sociável, bondosa, forte, amável e justa. Apesar de ter nascido numa família rica e se casado com um homem bem sucedido, Luna nunca deixou que o dinheiro subisse à cabeça, tratando todos de igual modo.

Em certa cena, os empregados da casa de Rafael a intitularam de "A alegria da casa", descrevendo-a como uma patroa que se comportava como amiga, sempre prestativa e afável.

Noutra cena, sua família comenta como ela sempre foi o oposto da prima Cristina. Quando as duas ganharam filhotes de cachorro da mesma ninhada, Luna tratou o seu com amor incondicional, chegando até a dormir na cama com ele, já Cristina deixava o dela com fome e sem cuidados básicos, cabendo a Luna cuidar dele também.

Todos, à exceção da prima Cristina, da tia Débora e de Guto, ficaram chocados com a morte precoce e violenta de Luna. Por unanimidade, a cidade de Roseiral ficou de luto pela perda de uma das pessoas mais queridas que já morou na cidade.

2. Vida amorosa, encontro com a Alma Gêmea, Casamento e Nascimento do filho

Luna nunca namorou oficialmente com alguém antes de Rafael. Se ela se apaixonou antes de conhecê-lo, é um fato omitido na trama. O que se sabe é que muitos homens se apaixonaram por Luna, mas nenhum foi correspondido, a não ser Rafael.

Os motivos variam: Geraldo, por exemplo, era namorado de Agnes e sádico. Portanto, Luna não correspondeu à atração dele por motivos óbvios. Raul, noutro passo, já era casado com Olívia quando tentou conhecer Luna, ainda solteira, com segundas intenções. Ele a convidou para saírem juntos e ela, ao notar que ele usava aliança, rejeitou-o por motivo de ser casado.

Insistente, Raul continuou assediando Luna mesmo depois de casada e grávida. Numa última tentativa, sugeriu à ela que fugisse com ele e beijou-a à força. Correspondido com um tapa e uma resposta negativa enérgica e inflexível, Raul jurou vingança contra Luna, Rafael e o filho deles.

Luna conheceu Rafael de forma inesperada e, no mínimo, inusitada. Ambos estavam na Igreja Matriz de Roseiral, na parte oeste da capela, onde havia uma imagem de Nossa Senhora da Rosa Mística. Enquanto Luna fazia suas preces em silêncio, próxima às velas acesas, Rafael oferecia um buquê de rosas à Santa, fazendo uma prece em voz alta para que ela cuidasse do seu coração, pois sentia que estava sozinho e que precisava de alguém.

Luna, encantada por ouvir isso de um homem, virou rapidamente sem prestar atenção nas velas acesas. Subitamente o véu que usava pegou fogo. Rafael, num reflexo, tirou rapidamente o véu em chamas da cabeça de Luna e apagou o fogo com pisões. Luna, assustada com o ocorrido, teve sensação de desmaio. Rafael, amparando-a, acalmou-a afirmando que se tratava apenas de um susto.

Ao ampará-la, Rafael ficou encantado com a beleza e a graça de Luna. Ela agradeceu e saiu correndo da igreja. Rafael pegou o véu e guardou-o como recordação, certo de que aquela história não acabaria ali.

Luna e Rafael encontraram-se dias depois no Festival da cidade de Roseiral. Durante as festividades, ocorria um baile e o concurso anual de beleza para eleger a moça mais bela da cidade. O título ficou com a prima de Luna, Cristina.

Apesar de ambicionar Rafael a um bom tempo e de ter sido a estrela do concurso, Cristina foi ignorada e preterida por Luna para dançar com Rafael.

Luna aceitou o pedido de Rafael, reconhecendo-o como o salvador da igreja. Após breve conversa sobre o ocorrido, foram para o jardim da casa de eventos para ficarem a sós.

Ali nasceu o sentimento que marcaria ambos para sempre. Luna e Rafael falaram de sentimentos íntimos e se beijaram apaixonadamente.

Arquivo:Alma-gemea-5.jpg

Luna, Rafael e o amigo Eduardo, no batizado de Felipe.

Não tardou muito para começar um namoro e logo se envolverem em enlace de noivado. Fato que surpreendeu a todos, mas que foi amplamente apoiado pela matriarca da família, dona Adelaide, avó de Luna.

Rafael e Luna casaram-se no dia 1º de maio de 1926 na igreja aonde se conheceram.

Logo depois de 1 ano de casados, nasce o único filho do casal: Felipe, em 08 de de julho de 1927. Que recebeu esse nome em homenagem ao pai de Luna.

Tais fatos serviram para aumentar o desafeto que Cristina nutria por Luna desde a infância.

Durante o batizado de Felipe, em 10 de agosto de 1928, Débora sugere a Luna que contrate uma governanta para ajudá-la nos afazeres da casa. (Na verdade, a verdadeira intenção de Débora era fazer com que Cristina conhecesse algum amigo rico de Rafael, frequentador da casa, para que ela se casasse com ele). Cristina reluta à ideia de início, mas logo cede quando fica ciente do plano da mãe.

Na manhã seguinte, Cristina se muda para a casa de Luna e Rafael para ser a nova governanta.

Luna teve um dia bastante agitado: Recebeu Cristina, treinou no ateliê os atos do espetáculo que iria protagonizar à noite, recebeu uma homenagem de Rafael (a rosa branca "Luna"), foi passear com Rafael no rio da cidade, recebeu a visita da avó Adelaide, viajou para São Paulo e apresentou o espetáculo no Teatro Municipal.

É importante frisar dois fatos: 1- Durante a homenagem que Rafael lhe fez ao apresentar a rosa branca, Luna furou-se com um dos espinhos e disse que teve um pressentimento ruim. 2- A avó Adelaide visitou Luna para lhe entregar, conforme promessa, as joias da família. Fato que aumentou ainda mais o ódio e a inveja que Cristina sentia de Luna.

3. Morte, sepultamento e homenagens

Naquela mesma tarde do dia 11 de agosto, Cristina marcou um encontro com o criminoso Guto, que era deliberadamente apaixonado por ela, na igreja de Roseiral. Cristina assim o fez pois arquitetou um plano para roubar as joias que Adelaide havia dado à Luna. Em sua mente havia sido injustiçada pela decisão da avó, já que era a neta mais velha e deveria ter recebido as joias por direito.

Convencido de que deveria prestar uma prova de amor e de que Cristina fugiria com ele, Guto aceitou.

Após o espetáculo, Luna recebeu amigos e familiares no camarim, devendo receber ainda mais pessoas numa festa em sua homenagem na casa em que morava.

Na saída do teatro, ovacionada por todos, Luna foi chamada em particular pela mãe, Agnes, que a elogiava. Neste exato momento, foi surpreendida por Guto, que portava um revólver, exigindo que ela lhe entregasse as joias.

Enquanto Luna entregava as joias para o bandido, Rafael notou que se tratava de um assalto e foi à cena confrontar Guto. Exigindo que Guto devolvesse as joias, já que eram da família, Rafael acaba se envolvendo em luta corporal com Guto. Após rolarem as escadas e o revólver disparar 3 vezes, atingindo um homem no braço, Guto e Rafael conseguem ficar de pé. Ainda portando o revólver, Guto mira em Rafael.

Nesse momento, Luna se posiciona na frente de Rafael. Guto dispara e Luna é ferida mortalmente no lado central esquerdo do peito e cai inconsciente. Guto e o comparsa fogem com as joias.

Ainda viva, Luna é socorrida e levada de ambulância para a Santa Casa de Misericórdia. No entanto, todos os esforços foram em vão. Luna faleceu logo após dar entrada no centro cirúrgico, sem que os médicos pudessem fazer nada.

As causas da morte de Luna foram choque hemorrágico e anemia aguda devido à perda de sangue por projétil disparado por arma de fogo.

O corpo de Luna foi levado à funerária Albuquerque, em São Paulo, onde foi embalsamado e colocado no caixão. Logo após, foi levado para Roseiral. Após uma missa de corpo presente, Luna foi enterrada no cemitério da cidade.

Mais de mil pessoas compareceram ao funeral de Luna, que foi conduzido sob forte emoção.

Em 18 de agosto, uma missa de 7º dia foi conduzida na mesma igreja aonde Luna casou-se, batizou seu filho e foi velada.

Notas

1- Cristina nasceu em 1898, portanto era 2 anos mais velha que Luna.

2- Luna queria ter mais filho com Rafael.

3- Embora o plano de Cristina fosse apenas roubar as joias, em momento algum ela mostra arrependimento pela morte da prima.

4- Cristina nem sempre quis o mal de Luna, ela foi até certo ponto a melhor amiga da prima. Presume-se que a inveja que sentia por Luna começou quando seu pai perdeu toda a fortuna que tinha em jogos de azar, enquanto a fortuna dos tios e da prima continuava intacta. Com isso, Luna sempre recebia melhores brinquedos e roupas que Cristina.

5- Rafael ficou de luto até 1948, quando Serena (reencarnação de Luna) apareceu.

6- O ateliê de Luna ficou intacto com todos os seus pertences por 20 anos, até que Cristina o destruiu num incêndio.

7- Luna tocava outros instrumentos além do piano e adorava cantar.

8- Em 2000, por ocasião do seu centenário, Luna recebeu 3 homenagens: O camarim central do Teatro Municipal de São Paulo recebeu o nome de "Luna Dias"; ela foi indicada para o Hall da Fama do Ballet no Rio de Janeiro e uma réplica do seu quadro (o original foi destruído por Cristina) foi colocada no museu de Roseiral.

9- Rafael e Serena, que morreram em 7 de outubro de 1948, foram sepultados no túmulo de Luna.

Advertisement